terça-feira, 5 de março de 2013

O Brasil no caminho da teocracia

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."

— Artigo 1º Declaração Universal dos Direitos do Homem




Hoje, 05 de Março de 2013, é um dia que marca uma nova fase da política brasileira. No início do mês o PARTIDO DOS TRABALHADORES (e é bom que se mostre os grandes responsáveis), decidiu não ocupar a Comissão de Direitos Humanos e Minorias por um acordo consciente entre o governo e sua base aliada, no caso o PSC (Partido Social Cristão).
Os Direitos Humanos, área tão importante e séria, polêmica, racional, histórica, fazia do Brasil um dos países que mais lutavam pela liberdade da sua população. O Brasil que historicamente foi castigado pela colonização portuguesa, praticamente extinguiu seus primeiros habitantes, os índios, e até hoje tenta cicatrizar os cortes profundos da escravidão do negro. Esse mesmo Brasil que teve 21 anos de silêncio na ditadura militar que exilou artistas matou jornalistas e civis, calou políticos e diplomatas. 

Uma comissão tão importante como essa deve ser presidida por pessoas sérias e comprometida com a paz mundial e com a igualdade dos princípios. Não se deve entrar nessa luta, quem não luta por essa causa, quem tem em sua essência a divisão, a mancha do preconceito e muito mais que isso, não tem a simpatia do povo.
E desta forma vemos mais uma vez o Brasil perder sua diretriz, sua dignidade e sua paz. Hoje, como já se sabia, o "Cristão", Marco Feliciano foi escolhido para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias no Brasil.
Em 2011, Marco usou o Twitter para atacar a negros e homossexuais. Segundo o pastor, "os africanos são amaldiçoados". "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato", escreveu ontem. "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!" e em outra oportunidade disse também que "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição".

A escolha não é somente um atentado aos Direitos Humanos, mas a contra mão da democracia e o desrespeito à Constituição Federal, que há muito tempo está sendo "cagado" dia após dia por nossos parlamentares em Brasília e no resto do Brasil.
Um pastor assumindo uma posição que decide a vida de minorias, como nós gays, que o próprio cristianismo abomina, é a volta da teocracia no Brasil, prática que foi tantas vezes provada que não dá certo. O poder da política nas mãos de religiosos só tende a separar a civilização e desequilibrar a paz mundial.


Entre os projetos de lei apresentados por Feliciano, há um que institui o programa “Papai do Céu na Escola” na rede pública de ensino e outro que pretende sustar a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu como entidade familiar a união entre pessoas do mesmo sexo. Ele propôs ainda um projeto de lei para punir quem sacrifica animais em rituais religiosos, prática adotada em algumas cerimônias do candomblé. Feliciano afirma que a comissão hoje se tornou um espaço de defesa de “privilégios” de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais e defende “maior equilíbrio”. Ele diz ter feito um cálculo: 90% do tempo da última gestão da comissão foram dedicados a assuntos relacionados à comunidade LGBT, deixando “em segundo plano” outras minorias como índios quilombolas e “crianças”.
Se algo nos impede de ir as ruas, usemos então nossos e-mails, redes sociais, sms. Não podemos deixar que o Brasil aceite mais essa afronta contra sua população.


Por Erik

2 comentários:

  1. Os sacerdotes evangélicos imitam os rabinos judeus ortodoxos em Israel e querem restaurar a teocracia no mundo.Aliás Israel na prática já é uma teocracia na palestina. Lembrar do famoso ritual de Pulsa Denura dos rabinos direcionada aos gays(ver divulgação do fato). Seria impossível uma aliança política entre a elite judaica e a bancada evangélica a reestabelecerem a teocracia no mundo? Vamos voltar a idade das trevas?Lembrar que nem sempre é a opinião de uma maioria desorganizada que se sobrepõe a de uma minoria organizada e com poderes políticos e financeiros(ex.lobby judaico e lobby evangélico). Estado laico pro beleléu!

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  2. Ótimo, vamos voltar à Idade Média, ou então, seremos um Irã ou uma Arábia Saudita 2, aonde ateus, mulheres e homossexuais são apedrejados até à morte...

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