sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Movimento LGBT de São Paulo faz balanço de 2011.

Ontem (19), cerca de 40 ativistas de vários grupos do movimento LGBT se encontraram em Plenária na APEOESP para discutir o balanço de 2011 e o que poderá ser feito em 2012 em pró do movimento. Dentre os movimentos presentes na Plenária estavam ativistas do Diversidade Tucana, Setoriais dos partidos Psol, PT e PSTU, Movimento Estudantil, dentre outros militantes autônomos.

Processo de conferências

Dentre as várias opiniões dadas pelos participantes uma das maiores reivindicações do movimento é a falta de divulgação de propostas aprovadas no processo das conferências LGBT de todos os âmbitos. Na mesma oportunidade André Pomba, Presidente da Ong Dinamyte e Conselheiro Estadual do Diversidade Tucana destacou que o Conselho Municipal já está acompanhado as propostas que foram aprovadas na conferência Municipal de 2011 e que deverão ser divulgadas o quanto antes. 
Outro ponto muito comentado e de total concenso do grupo foi a "estranha" II Conferência Nacional, onde lembrou Paulo Mariante, integrante do Fórum Paulista LGBT, houve uma manobra de esvaziamento da plenária final  deixando o final da conferência numa total incerteza. Como crítica do movimento, se comentou a escolha dos delegados na Conferência Estadual, que para alguns militantes a formação de chapas junto com os grupos de trabalho atrapalham e tiram o foco do objetivo central do evento e o processo de inscrição e credenciamento, que vale a pena lembrar, segue as regras do Governo Federal e da Conferência Nacional.

Sopa de Letrinhas - LGBT

Mais uma vez o assunto que nos persegue também se fez notar na Plenária. Um dos grandes gargalos do movimento gay é justamente esse jogo de letras que por vezes dividem o movimento em pró de sua orientação sexual e consequentemente à sua letra. Segundo Dana, integrante do movimento lésbico, a luta por letras ainda se faz valer, haja ver que o próprio movimento mantém suas diferenças. A mesma comentou do machismo e também da falta de políticas para lésbicas, principalmente na área da saúde.

Âmbito Federal

Oque não podia deixar de ser comentado, foi a péssima atuação do Governo Federal em relação ao movimento LGBT. Temas como o fundamentalismo e a Presidente Dilma, o retrocesso do PLC 122 e o veto do Kit Contra a Homofobia foram pautadas como o balanço negativo de 2011 para todo o movimento. Mesmo com a falta de apoio e políticas do governo, podemos destacar a histórica decisão do STF.

Visibilidade e Mídia

Protestos, marchas, programas de Tv, jornalismo. Dos últimos anos, 2011 foi o que mais se destacou pela visibilidade LGBT principalmente na Tv. Casos de homofobia foram mais divulgados e  redes sociais cada vez mais mobilizadas.

Governo e Movimento LGBT

De todos os dircursos da Plenária a relação do Governo e o movimento foram quase que sempre comentados. Para Ruben, estudante da USP e integrante do setorial LGBT do Psol, o movimento precisa de desvincular do governo e deixar de ser pautado pelo mesmo, assumindo a frente das ações. Segundo Mariante, o movimento precisa dialogar com o governo, mas não se submeter a ele.

Outros assuntos não menos importantes também foram discutidos na Plenária como:
- A relação entre o movimento estudantil e o movimento LGBT;
- A integração de todos os movimentos sociais em pró dos Direitos Humanos;
- O ambiente de trabalho, empresas privadas e a relação com a Diversidade Sexual;
- Reformular a forma de fazer "Paradas Lgbt", resgatando o caráter político do evento.

Como propostas de uma diretriz a se seguir pelo movimento em 2012 é a união dos movimentos e a mobilização massiva pró direitos LGBT e Direitos Humanos em São Paulo e no Brasil. Outra ideia apresentada foi a de formar um grupo de monitoramento de propostas aprovadas nas conferências e as ações dos governos em todos os âmbitos.

A meu ver a Plenária foi muito positiva, principalmente por unir em um mesmo espaço a grande diversidade do próprio movimento, levando questões importantes a serem discutidas e sacudindo o movimento para um ano que tem tudo para ser muito cansativo, principalmente pelas Eleições Municipais.


Por Erik

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