Ontem (19), cerca de 40 ativistas de vários grupos do movimento LGBT se encontraram em Plenária na APEOESP para discutir o balanço de 2011 e o que poderá ser feito em 2012 em pró do movimento. Dentre os movimentos presentes na Plenária estavam ativistas do Diversidade Tucana, Setoriais dos partidos Psol, PT e PSTU, Movimento Estudantil, dentre outros militantes autônomos.
Processo de conferências
Dentre as várias opiniões dadas pelos participantes uma das maiores reivindicações do movimento é a falta de divulgação de propostas aprovadas no processo das conferências LGBT de todos os âmbitos. Na mesma oportunidade André Pomba, Presidente da Ong Dinamyte e Conselheiro Estadual do Diversidade Tucana destacou que o Conselho Municipal já está acompanhado as propostas que foram aprovadas na conferência Municipal de 2011 e que deverão ser divulgadas o quanto antes.
Outro ponto muito comentado e de total concenso do grupo foi a "estranha" II Conferência Nacional, onde lembrou Paulo Mariante, integrante do Fórum Paulista LGBT, houve uma manobra de esvaziamento da plenária final deixando o final da conferência numa total incerteza. Como crítica do movimento, se comentou a escolha dos delegados na Conferência Estadual, que para alguns militantes a formação de chapas junto com os grupos de trabalho atrapalham e tiram o foco do objetivo central do evento e o processo de inscrição e credenciamento, que vale a pena lembrar, segue as regras do Governo Federal e da Conferência Nacional.
Sopa de Letrinhas - LGBT
Mais uma vez o assunto que nos persegue também se fez notar na Plenária. Um dos grandes gargalos do movimento gay é justamente esse jogo de letras que por vezes dividem o movimento em pró de sua orientação sexual e consequentemente à sua letra. Segundo Dana, integrante do movimento lésbico, a luta por letras ainda se faz valer, haja ver que o próprio movimento mantém suas diferenças. A mesma comentou do machismo e também da falta de políticas para lésbicas, principalmente na área da saúde.
Âmbito Federal
Oque não podia deixar de ser comentado, foi a péssima atuação do Governo Federal em relação ao movimento LGBT. Temas como o fundamentalismo e a Presidente Dilma, o retrocesso do PLC 122 e o veto do Kit Contra a Homofobia foram pautadas como o balanço negativo de 2011 para todo o movimento. Mesmo com a falta de apoio e políticas do governo, podemos destacar a histórica decisão do STF.
Visibilidade e Mídia
Protestos, marchas, programas de Tv, jornalismo. Dos últimos anos, 2011 foi o que mais se destacou pela visibilidade LGBT principalmente na Tv. Casos de homofobia foram mais divulgados e redes sociais cada vez mais mobilizadas.
Governo e Movimento LGBT
De todos os dircursos da Plenária a relação do Governo e o movimento foram quase que sempre comentados. Para Ruben, estudante da USP e integrante do setorial LGBT do Psol, o movimento precisa de desvincular do governo e deixar de ser pautado pelo mesmo, assumindo a frente das ações. Segundo Mariante, o movimento precisa dialogar com o governo, mas não se submeter a ele.
Outros assuntos não menos importantes também foram discutidos na Plenária como:
- A relação entre o movimento estudantil e o movimento LGBT;
- A integração de todos os movimentos sociais em pró dos Direitos Humanos;
- O ambiente de trabalho, empresas privadas e a relação com a Diversidade Sexual;
- Reformular a forma de fazer "Paradas Lgbt", resgatando o caráter político do evento.
Como propostas de uma diretriz a se seguir pelo movimento em 2012 é a união dos movimentos e a mobilização massiva pró direitos LGBT e Direitos Humanos em São Paulo e no Brasil. Outra ideia apresentada foi a de formar um grupo de monitoramento de propostas aprovadas nas conferências e as ações dos governos em todos os âmbitos.
A meu ver a Plenária foi muito positiva, principalmente por unir em um mesmo espaço a grande diversidade do próprio movimento, levando questões importantes a serem discutidas e sacudindo o movimento para um ano que tem tudo para ser muito cansativo, principalmente pelas Eleições Municipais.
Por Erik
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