Não há dúvidas que o Catolicismo vem mudando, e rapidamente, o
jeito de abordar a homossexualidade, dentro e fora da igreja.
Quando Para Francisco foi eleito pelo
colegiado de Cardeais para comandar a Igreja Católica, havia em todos os
veículos de comunicação, inclusive nós, a tensão de que seria mais um Papa que
deveria entrar na luta contra a liberdade de expressão e direitos da população
LGBT. Estávamos enganados...
A caminho de Roma, logo após as
comemorações da Jornada da Juventude no Rio de Janeiro, o Papa deu uma
entrevista de 90 minutos a repórteres. Uma das perguntas era exatamente sobre a
homossexualidade, e foi a primeira vez que Francisco falou sobre o assunto. Na
ocasião, disse que, "Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem
sou eu para julgá-la? O
catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser
discriminados por causa disso, mas integrados à sociedade..." Veja a matéria AQUI.
Outra
surpresa, e bem vinda, foi a publicação de uma carta oficial da Arquidiocese de São Paulo apoiando a luta por
direitos e se mostrando não só preocupada, mas também atenta a violências
praticadas por homofobia em São Paulo e no Brasil. Na carta, a entidade dizia
não poder mais se calar diante dos fatos e da realidade da população LGBT. Veja
a matéria AQUI
Nesta semana a conceituada revista Vida Pastoral, vinculada à
editora católica Paulus anunciou a próxima edição que trará artigos principais sobre a fé cristã e a sexualidade
homoafetiva.
A edição traz a discussão sobre as " questões de ética sexual (1975)", a "Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais (1986)". Nesses documentos, Pe. José A. Trasferetti; Pe. Ronaldo Zacharias fazem uma releitura e uma interpretação dos documentos católicos que falam sobre o que chamam de "prática homossexual". É visto basicamente a condenação e a rejeição de homossexuais quanto a religião e a fé cristã, talvez algo a se considerar seria também a época em que os textos foram publicados.
Já no documento "Catecismo da Igreja Católica (1992)", a igreja começa a mudar de forma tímida o olhar do dogma e do fundamento cristão. Onde antes até a declinação homossexual era combatida, agora a carta diz, "Quanto às pessoas homossexuais, elas devem ser acolhidas “com respeito, compaixão e delicadeza” (…); deve-se evitar para com elas “todo sinal de discriminação injusta” (…); “são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida..."
No fim da edição, os Padres compilam os documentos e chamam a atenção da sociedade para que a homossexualidade não seja só vista religiosamente, mas de uma forma geral, socialmente. Mais do que isso, chamam os cristãos a viver no amor, pelo amor e com amor. Assim escrevem;
"...Apesar do rigor doutrinal dos documentos do Magistério, é possível construir uma ação pastoral cujo mote central seja o acolhimento amoroso e o combate ao preconceito moral e à violência social contra as pessoas homossexuais."
"O amor pode ser assumido como o sentido de todo projeto de vida e, até mesmo, como o projeto de vida por excelência. E isso não é prerrogativa exclusiva das pessoas heterossexuais!"
Na conclusão dos textos, de forma clara e objetiva, os Padres perguntam, "Não seria hora de pensarmos numa “teologia da cidadania homossexual” que encontre ressonância nos documentos do Magistério, uma vez que a solicitude pastoral está contemplada no amor e no combate à violência? Pessoas homossexuais devem ser tratadas com respeito e dignidade."
Além disso, é claro o empenho que se pede contra a violência por consequência da orientação sexual e as injustiças sociais.
Vocês podem e DEVEM ( rsrs ) conferir o documento clicando AQUI
A edição traz a discussão sobre as "
Já no documento "Catecismo da Igreja Católica (1992)", a igreja começa a mudar de forma tímida o olhar do dogma e do fundamento cristão. Onde antes até a declinação homossexual era combatida, agora a carta diz, "Quanto às pessoas homossexuais, elas devem ser acolhidas “com respeito, compaixão e delicadeza” (…); deve-se evitar para com elas “todo sinal de discriminação injusta” (…); “são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida..."
No fim da edição, os Padres compilam os documentos e chamam a atenção da sociedade para que a homossexualidade não seja só vista religiosamente, mas de uma forma geral, socialmente. Mais do que isso, chamam os cristãos a viver no amor, pelo amor e com amor. Assim escrevem;
"...Apesar do rigor doutrinal dos documentos do Magistério, é possível construir uma ação pastoral cujo mote central seja o acolhimento amoroso e o combate ao preconceito moral e à violência social contra as pessoas homossexuais."
"O amor pode ser assumido como o sentido de todo projeto de vida e, até mesmo, como o projeto de vida por excelência. E isso não é prerrogativa exclusiva das pessoas heterossexuais!"
Na conclusão dos textos, de forma clara e objetiva, os Padres perguntam, "Não seria hora de pensarmos numa “teologia da cidadania homossexual” que encontre ressonância nos documentos do Magistério, uma vez que a solicitude pastoral está contemplada no amor e no combate à violência? Pessoas homossexuais devem ser tratadas com respeito e dignidade."
Além disso, é claro o empenho que se pede contra a violência por consequência da orientação sexual e as injustiças sociais.
Vocês podem e DEVEM ( rsrs ) conferir o documento clicando AQUI
Sinceramente, não
sabemos a proporção e os objetivos que essas mudanças nos trarão em um futuro longo
ou tão próximo, mas ver que a Igreja Católica que ainda move milhões de pessoas
no mundo está redigindo sua história, se debruçando a entender e caminhar junto
à realidade e ao tempo que está é uma grande vitória.
Não de quem ainda
prefira criticar o catolicismo por suas atrocidades históricas, mas antes um
dogma revisto que uma mente vazia como a de muitos protestantes, principalmente
no Brasil, que estão cada vez mais alienados na "cura" da
homossexualidade e empenhados a nos manter com minorias e em guetos.
Por Erik
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