Assim como em 2010, a diversidade sexual novamente é tratada como
batata quente pelos postulantes ao cargo de Presidente da República nas
eleições.
Essa eleição estava sendo marcada
principalmente pelo debate sobre o momento econômico brasileiro que sofre
semanalmente queda dos números, perda de dinheiro e falta de confiança de
investidores, mas os últimos acontecimentos envolvendo o retrocesso do plano de
governo de Marina Silva para as questões LGBT trouxe novamente a diversidade
sexual ao centro do debate, mas da mesma forma que sempre, como um problema!
Lançado de forma inesperada, o plano de
governo de Marina Silva parecia ousado e inovador. Defendido e elogiado pela
maior parte do movimento LGBT, este também era alvo de desconfiança para outra
parte dos ativistas. As dúvidas acerca do programa foram sanadas mais o menos
12 horas depois de lançado, pois pressionada por Silas Malafaia e pelo movimento
religioso, Marina Silva e o PSB foram obrigados a divulgar uma errata onde
transformaram o texto, antes pleno, em apenas um rascunho genérico de um futuro
governo da líder acreana.
Dilma Rousseff não saiu por menos nessa
história. Como se não bastasse à controvérsia envolvendo a ex-senadora, a
Presidente da República lançou nota em seu Facebook oficial tentando desconstruir
a imagem de sua oponente alertando para uma "incoerência crônica" de
Marina Silva.
Há um ditado que diz, "o sujo falando
do mal lavado". Dilma Rousseff e seu governo instrumentalizado tratou a
diversidade sexual como moeda de troca em todas as esferas.
Ente outros favores de Dilma Rousseff a
aliados segue a lista:
1) Acordo em carta com líderes religiosos para travar
projetos que afrontem a igreja.
2) VETO do Kit contra a homofobia nas escolas
3) VETO de campanha de prevenção da AIDS voltado
à população LGBT
4) APOIO a eleição de Marco Feliciano para a
Comissão de Direitos Humanos
5) O FIM do PLC122
6) Exclusão da Diversidade Sexual no novo PNE.
Hoje vemos, mais uma vez, a diversidade sexual sendo tratada
como batata quente pelas candidatas, onde, talvez, quem fique menos tempo com o
assunto no colo leve a melhor nas próximas pesquisas eleitorais.
Dilma e Marina Silva têm o discurso muito parecido. Mulheres
frágeis, mas maduras, porém perseguidas. Dilma mareja seus olhos para explicar
os anos vividos na cadeia nos tempos de ditadura e Marina tenta encanar a
história de que era foragida política durante suas lutas no interior do
Acre.
Tanto sofrimento e história não fazem parte da luta de ambas
por igualdade quando se trata de homossexuais, nos restando apenas continuar à
margem do que "possa parecer" e não ao que "deveria ser".
Há entre as duas mais similaridades que se possa imaginar,
mas a principal delas é visível sem grandes problemas, "oportunismo e
falta de vergonha na cara".
De
um lado o discurso pronto de laicidade, mesmo recorrendo à Bíblia para tomar algumas
decisões, e do outro o oportunismo e o jogo sujo da campanha do partido da
situação.
Por Erik Henrique
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