Com uma relação estremecida desde 2011, quando a discussão sobre
Belo Monte quebrou as linhas das nossas fronteiras, o Brasil retoma sua vaga na
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Escolhido ontem na Assembleia-Geral
da OEA, na Guatemala, o ex-ministro Paulo Vannuchi é uma vitória do
governo Dilma internacionalmente...apenas do governo Dilma.
A
eleição de Paulo Vannuchi mostra que a maior organização de Direitos Humanos
das Américas não está muito ligada no processo regressivo que os DH's no Brasil
estão passando.
Quando
se lê a nota oficial de Dilma, parece que para o governo, direitos humanos só
engloba a repressão dos militares nos anos 60 até 80. Segundo a presidente,
"no Brasil, Vannuchi consolidou o papel institucional da Secretaria de
Direitos Humanos e contribuiu para o resgate da verdade histórica sobre as
vítimas da ditadura".
Há
fatores de extrema importância que não estão sendo levados em consideração
nessa votação e nem para o nosso parlamente, a começar pela esfera federal. A
administração teocrática está de forma sínica e sem vergonha tomando conta
dos poderes legislativos e ditando eis e regras de acordo com as "leis"
bíblicas. Para a população LGBT o saldo não podia estar pior. Tendo perdido um
grande parceiro na luta pela igualdade, a Comissão de Direitos Humanos e
Minorias têm 70% de parlamentares evangélicos e extremamente fundamentalistas
que querem naquele espaço, aprovar a cura gay e a lei que criminaliza a
heterofobia. No quintal da omissa Presidente da República, Dilmá, protestos
contra o casamento gay deu ao coro do inferno a oportunidade de esbanjar
liberdade de opressão e ódio.
Outro
importante movimento repressor do novo modelo de Direitos Humanos do governo
brasileiro é o constante plano de dizimar a população indígena que ainda sobrevive
ao avanço da sociedade. Expulsos durante a colonização e respeitados apenas do
dia 19 de Abril, os primeiros donos dessa terra foram empurrados concretos a
baixo pela construção da Usina de Belo Monte e agora estão constantemente sendo
encurralados no centro do Brasil, longe de tudo e de todos.
E quanto aos presídios super lotados? Quanto ao descontrole de usuários de drogas e moradores de ruas? E quanto aos muitos brasileiros deitados em macas improvisadas nos corredores de hospitais públicos? E a fome? O abandono? Os estupros ?
Pergunto
e não acho respostas...Qual o orgulho, segundo Dilma, que temos que ter da participação
do Brasil em uma organização de Direitos Humanos? Qual o papel deste governo e
deste país em assuntos de DH na América, sendo que aos seus lhe faltam?
Temos
que acompanhar com muita atenção essa movimentação na OEA e ficarmos a par dos
objetivos do Brasil nessa organização...Na minha humilde opinião, a OEA é
apenas um pretexto para continuar mostrando um país que não existe, e
quem sabe alcançar patamares na ONU, perseguido desde os tempos do governo
anterior.
De
Direitos Humanos, esse governo não entende e esse país não conhece..se conhecia, hoje lembra!
Por Erik