O primeiro ciclo de palestras, que envolve a sensibilização dos professores, tem início no dia 11 deste mês, às 18 horas, com a palestra de Guilherme Cunha, professor e filósofo. Já no dia 18, será a abordado o tema “Sexualidade e Religião”, pelo teólogo e pastor J. Conceição. O ciclo finaliza com a palestra da secretária de Saúde Municipal e coordenadora de Ações Básicas de Saúde, a enfermeira Adriana Evangelista. Ela abordará o tema “Saúde e Sexualidade” no dia 28 deste mês.
O projeto inovador da escola é um compromisso com o Programa Brasil Sem Homofobia, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), através do Ministério da Educação.
Construindo a cidadania - Segundo a diretora da escola, professora Osmarina Montrezol, a instituição deve exercer papel fundamental de promover o conhecimento de temas complexos.
“Relações de gênero, orientação sexual, opressão sexual, saúde, cidadania e direitos humanos, devem ser temas abordados para auxiliar e fortalecer iniciativas de combate à violência e discriminação presente no contexto escolar junto à população de jovens homossexuais", discorre a diretora.
Para o coordenador do Centro de Referência LGBT do Acre (CRLGBT), da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Germano Marino, os temas da sexualidade, e em particular os da homossexualidade, causam profundo impacto, aos serem levados para o ambiente escolar.
“É necessário romper, pois, a escola não precisa se intimidar no sentido de que não pode abordar temas porque isso vai contra princípios. As instituições escolares precisam assumir o papel de sensibilizar e conscientizar para o respeito à diversidade sexual. As diferenças existem nas salas de aula, mas abordar assuntos que envolvem temas complexos é de extrema importância na construção de cidadania”, comenta.
Segundo a representante da Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), a jornalista Rose Farias, o Projeto Escola Sem Homofobia visa orientar e capacitar professores e alunos para que a escola possa zelar para o respeito e, acima de tudo, ser um ambiente de inclusão sem discriminação a qualquer que seja seus cidadãos.
“Esse projeto é acima de tudo cidadania. A realidade é muito cruel, e é jogada todos os dias para debaixo do tapete. Pesquisas da Unesco apontam que o preconceito no âmbito escolar, é um dos possíveis motivos pelo qual parcela expressiva dos alunos homossexuais desiste de ir à escola; afinal, lá eles são rejeitados, vítimas de piadas, de humilhações e até de agressões físicas. Que outras escolas sigam o exemplo da Heloisa Mourão Marques”.
O professor de inglês Marcelo Mattos acredita que o projeto será uma rica contribuição na formação de profissionais da educação. “Os professores poderão trabalhar de forma mais adequada e educativa no seu cotidiano escolar, com temas relacionados à orientação sexual e identidade de gênero”, diz.
O Projeto da Escola avançará neste ano de 2011, com a continuidade de oficinas aos professores e alunos, encerrando suas atividades na VII Parada do Orgulho LGBT do Acre. A ideia é apresentar as ações realizadas do projeto envolvendo a defesa do respeito às diferenças para o melhor convívio entre professores, alunos e comunidade.
Por Agência de Noticias do Acre
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