Robocop Gay

No sábado (19) participei de uma festa maravilhosa em comemoração ao aniversário de um amigo meu.E vocês sabem, chega uma certa hora que rola tudo que é música que se possa imaginar.

Em uma dessas trocas de ritmo calhou a música "Robocop Gay" dos Mamonas Assasinas ( In Memoriam).

Eu não sei os outros blogueiros, mas comigo aconteceu uma transformação quando comecei a escrever o Planeta G. De lá para cá, tenho tido uma visão bem mais crítica sobre os vários aspectos da vida e do cotidiano.

Enfim, eu curti a música, pulei e cantei, mas meu sub-consciente estava paralelamente trabalhando na letra e na história da banda.Cheguei a uma conclusão....escrever sobre a lição que essa música mostra, embora ela seja motivo de chacota. Até por que o Mamonas eram comediantes.

Na verdade queria que vocês refletissem a partir de uma trecho da música:

"Abra sua mente

Gay também é gente

Baiano fala "oxente"

E come vatapá

Você pode ser gótico

Ser punk ou skinhead

Tem gay que é Mohamed

Tentando camuflar:

Allah, meu bom Allah!

Faça bem a barba

Arranque seu bigode

Gaúcho também pode

Não tem que disfarçar"

Não sei, mas parece patético escrever um post sobre esse assunto, mas espero que sigam meu raciocínio.

Em 1995, quando a banda se lançou e virou febre nacional, a homossexualidade no Brasil ainda era muito reprimida e não se via falar com liberdade sobre esse assunto.Tenho apenas 22 anos de idade, mas me lembro claramente que ser chamado de gay em qualquer lugar era insulto gravíssimo.

Os Mamonas Assassinas veio como uma banda pitoresca e ganhou o Brasil com uma mistura incrível e sem qualquer preconceito a qualquer raça, orientação religiosa ou sexual.

É impressionante que com mais de 15 anos de "Robocop GAY", eu nunca tinha prestado atenção de fato na letra.E isso me faz lembrar e gostar mais ainda do grupo que com apenas 7 meses de sucesso nos deixou em um acidente terrível.

Mais que uma chacota, a letra levanta a bandeira do movimento LGBT ( Abra sua mente.Gay também é gente), dos nordestinos (Baiano fala "oxente", E come vatapá) , do pré-conceito (Gaúcho também pode.Não tem que disfarçar").

Além disso, a letra sugere que muitos gays ainda viviam na clandestinidade, escondidos.E que o gays estavam em toda parte camuflados, escondidos e até assumindo personalidades diferentes e violentas para esconder sua homossexualidade.

Em um tempo que Nany People, Rogéria e Jorge Lafond ( In memoriam) despontavam como ícones gays no Brasil, desafiando a opinião pública, se mostrando e pedindo além de espaço, respeito.Havia quem levantava nossa bandeira sem vergonha.

Mamosnas Assassinas For Ever +

Por Erik